sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de Virtú


O Texto que iremos trabalhar é de Maria Teresa Sadek "Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de Virtú " da obra Os clássicos da Política 1.
Abordaremos a visão Maquiavélica sobre a verdade efetiva das coisas ,a natureza humana, história e relacionaremos Virtú e Fortuna.

Diferentemente de Aristóteles, Platão e São Tomás de Aquino, Maquiavel procura fugir do idealismo das coisas, principalmente referindo-se a política. Maquiavel procurava ver as coisas como de fato elas eram e não como deviam ser.

O autor florentino era enfático ao dizer que a ordem e os fatos são sempre construções humanas e não divinas( Deus não poderia ser a resposta para todas as perguntas dos homens, pois o próprio homem era essas respostas).

A história para Maquiavel era sempre repetitiva . Ela mostrava que a degeneração humana jamais mudara e jamais mudaria. A história também possuia para o autor de "O Príncipe" um fator pedagógico, pois conhecendo os fatos históricos seríamos capazes de transformar ou intervir no futuro.Para tanto faz-se necessário que os homens livrem-se da superstição e vivam da política, conquistando honras e glórias através de suas habilidades.

Maquiavel buscava sabedoria e inspiração nos autores clássicos e foi através destes que chegou a suas conclusões sobre o gênero humano. Para o autor florentino o homem degenerado precisa de um líder de virtude e força, capaz de ordenar e alinhar o Estado. Este líder deve ser um principado que educará a sociedade(formada por homens corrompidos, bajuladores,egoístas, interesseiros e promotores do caos) até que esta esteja pronta para viver em República.

Maquiavel apropriou-se das crenças greco-romanas para demonstrar suas idéias políticas. É o caso da deusa Fortuna, que como toda mulher, adorava ser conquistada por homens virís e valentes. Sua cornocópia, repleta de tesouros, atraía os humanos, que sempre buscam por poder. Para conquistá-la um homem precisaria ter Virtú.

Do mesmo modo o Príncipe necessita de virtú não só para conquistar o poder mas para preservá-lo. Não devemos confundir Virtú grega com virtude cristã(piedade,bons costumes e bons valores), pois para Maquiavél até determinados vícios podiam ser virtudes e o príncipe não podia ignorá-los.

É de Maquiavel a frase que diz que o ideal para um bom governador é ser amado e temido, se caso não consiguir ser amado, que seja temido.Só assim o regente traria ordem para o Estado, acreditava Maquiavel.

WEFORT, Francisco C. Os clássicos da Política vol. 1.São Paulo. Editora Atica.p 13-50.

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