quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Antigo Egito: Uma Breve introdução



Objetivos:

1-Introduzir o assunto de forma concisa para um debate acerca da civilização egípcia;

2-Abordar as "principais" características dessa civilização;

3-Entender a mentalidade dos habitantes desse período e como suas crenças regiam suas vidas.

Somos cidadãos de uma sociedade moderna, e portanto, é impossível que compreendamos de forma plena a civilização egípcia. Entretanto, podemos considerar sua cosmovisão e trabalhar seu contexto intelectual.
Os egípcios viviam em um mundo no qual todas as coisas eram estáticas, fixas e imutáveis. Para eles até mesmo as fases do ciclo da natureza demonstravam a repetição dos atos e sua perpetuação, logo apresentavam sua imutabilidade.

Acreditavam que os deuses ditavam as ordens sociais, ou seja, a ordem social é parte da ordem cósmica. Criam na vida eterna, que a princípio era exclusivo aos monarcas e que com o passar dos anos se estendeu às demais classes da sociedade.
Houve durante as dinastias crises políticas e econômicas que afetaram não só o estilo de vida dos egípcios , mas constribuíram para mudanças em suas crenças. Visto que a vida no Antigo Egito era toda embasada nas crenças e nos ritos religiosos.

O próprio rei era considerado um deus. Possuia poder centralizado e mantinha a sociedade sob seu poder divino. Afirmar-se divino ou representante de um deus era uma forma mais fácil de legitimar seu poder diante dos egípcios. O Status divino do rei diante das massas foi questionado em alguns períodos. Por exemplo, no médio reino o rei era visto mais como um regente. No novo reino era visto mais como um general de exércitos do que como um deus. Sabendo que a figura do rei ou Faraó era o alicerce da sociedade egípcia, ou seja, era no rei que tudo adquiria equilíbrio e sentido,pois ele era a encarnação de Hórus e unia em si mesmo o divino e o humano, o cósmico e o social, a partir desses questionamentos a crença numa imortalidade feliz foi abalada. O resultado disso foi o aumento do uso de magia e superstições no cotidiano e ritos de passagem egípcios.
É bom salientar que a população sempre foi consciente de que Faraó era um homem mortal, mesmo crendo ser ele um deus, conhecia sua condição humana e suas fraquezas.

Os egípcios possuiam três maneiras de explicar a criação do mundo, a isso chamamos Cosmogonias. A criação também estava diretamente relacionada com os deuses. Eram inúmeros os deuses cultuados pelos egípcios, mas destacavam-se nos gostos populares: Osíres, Amon, Re e Ptá. Desse modo o Egito Antigo caracteriza-se pelo politeísmo. Muito se discute sobre a existência de um monoteísmo no Egito, mas prefere-se falar em Monolatria( culto a um deus em destaque, mas com o reconhecimento de outros deuses).

Como os egípcios criam na vida após a morte, eles preservavam os cadáveres através de um processo chamado mumificação que resultou da crença na importância do substrato material para a outra vida. Os Faraós construiam grandes pirâmides, que serviam como túmulos, extremamente necessários para a vida pós-morte. Lá eram colocados seus pertencem mais valiosos, com imagens de esculturas suas, e até mesmo comida e oferendas.
O Faraó que morresse transferia seu espírito para o novo monarca e as pessoas comuns passavam desse mundo para outro :o mundo dos mortos. Criam também num julgamento efetuado por Osíris, que puniria aquele que tivesse um coração mais pesado que uma pena de ave. Assim viviam os homens no antigo Egito.

Bibliografia:

JAGUARIBE, Hélio. Um estudo crítico da História. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra.2002.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Teoria da História




Objetivos:

1-Analisar os 3 níveis de discussão propostos pelo autor José D'assunção Barros a partir da afirmação" Uma teoria é uma visão de mundo"

2-Conceituar as expressões" Teoria da História " e "Filosofia da História"


O autor recorre a etimologia da palavra teoria para iniciar seu texto. A palavra vem do grego e remete a Deus, aquele que tudo vê. Logo, Teoria é uma forma de apreender a realidade; É uma maneira de ver o mundo.
A palavra assume 3 dimensões discussivas:

1-Teoria como campo de estudo: Território a ser explorado, muito bem delimitado. Trabalhada por profissionaise específicos com o uso de metodologias científicas.

2-Teoria como Modelo explicativo: Mais especulativo(Ex: Teoria do Big Bang, evolucionismo)

3-Teoria como Modo de apreender a Realidade: É a forma mais particular de se ver as coisas( fé, mito, filosofias). Carregada de subjetividade.

Teoria da História difere da filosofia da História. Antes de caracterizarmos tais diferenças, precisamos entender como foi o surgimento e o que tornou possível a teoria da História.
A transição do séc XVIII para o Séc XIX, a profissionalização do historiador, formação de comunidades historiográficas, o ato contínuo de criticar-se( olhar para sí), formulação de métodos através das fontes, a institucionalização da disciplina e a concepção de um tempo vetorial tornaram possível a teorização de História.

No séc XVIII a História era a narração de fatos verdadeiros. Já no sec XIX, com as comunidades de historiadores surgindo e debatendo acerca de teorias e metodologias, a fim de dar a História um status de ciência, surgiram os primeiros paradigmas historiográficos( ex: Positivismo)

Portanto, a Teoria da História busca refletir o processo da construção epistemológica e preocupa-se com a historiografia.. É Pensada por um grupo de intelectuais e não somente por um indivíduo, logo o Positivismo não pertence a Comte, nem o Historicismo a Ranke e etc.
Já a filosofia da História procura especular acerca do processo histórico( qual seu objetivo e significado). É a reflexão de um filósofo sobre esse processo( ex: Kant, Hegel) É claro que um teórico não deixa de filosofar enquanto teoriza.


Bibliografia:

BARROS, José D'assunção. Teoria da História.vol 1.Rj.Vozes,2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A economia Colonial no Brasil - Parte 3



Objetivo:

Analisar as atividades dos Bandeirantes e as expedições realizadas por Eles.

"Representando uma das atividades econômicas mais dinâmicas do Planalto paulista, a bandeira era, na verdade, um empreendimento militar organizado por várias famílias"[...](p.205)

As Bandeiras eram constituídas basicamente por brancos e mamelucos. Faziam expedições armadas, autorizadas pelo governo português, que avançavam para o sertão. Geralmente partiam de São Paulo.
Os Bandeirantes capturavam os indíginas e os vendiam como escravos a proprietários de terras, esta era uma das causas de suas expedições. Outra causa era a procura de metais e pedras preciosas. Ocorreram muitos atritos com os jesuítas, que catequizavam os índios. Os bandeirantes tinham fama de serem muito violentos, entretanto, foi graças a ação deles que ocorreu a ocupação interiorana do território colonial. Suas expedições contribuíram para o surgimento de vilas e cidades.( Eles foram os primeiros a descobrirem ouro na região das minas)
Os índios foram fundamentais para suas expedições. Eram seus guias dentro das florestas e mestres na arte de sobreviver nas matas.
Os bandeirantes ficaram conhecidos como sertanistas de contrato, pois eram contratados por portugueses para destruírem os focos de resistência à dominação branca.

[...]"O bandeirante era um selvagem, uma vez que capturava as índias para o exercício de suas torpezas e índios para o gracejo de seus interesses".(p.214)

Resumo sobre as Bandeiras:

1-Faziam seus serviços visando a aquisição de terras e riquezas;
2-Possuiam autoridade dos portugueses para escravizarem os nativos, devido a crise escravista africana;
3-Desenvolveram espedições que déram inicio a mineração na colônia;
4-Acabaram por ajudar na urbanização do interior colonial.

Bibliografia

AQUINO,Rubim. Sociedade brasileira: uma História através dos movimentos sociais.Record,2000.

A economia Colonial no Brasil - Parte 2



Objetivo:

Relacionar a pecuária e a "colonização dos sertões".

" O maior significado da pecuária no Brasil colônia foi representado pelo alargamento das fronteiras do território pelos portugueses[...](p.193)

Sabemos que a princípio a colonização portuguesa na América estava limitada a costa litorânea e voltada ao cultivo da cana para a produção do açucar, o ouro branco. Com a mineração, a população concentrouxe no centro- sul, promovendo assim uma urbanização nessa região. Foi neste período que desenvolveu-se a criação de gado, destinado às regiões das minas.
O Gado era fonte alimentícia e servia como força de tração nos engenhos. Desse modo atuava como uma atividade econômica secundária na colônia.
Sem sombra de dúvidas, a interiorização das terras brasileiras deveu-se a pecuária, que necessitava de grandes propriedades, ou melhor , de sua ocupação, Já que para a criação do gado utilizava-se pastagens e rios. Com a falta desses elementos, os pecuaristas migravam e isso expandiu o território colonial.
Com a produção canavieira evitou-se manter o gado no litoral. Isto fez com que a pecuária se desenvolvesse bastante e fizesse surgir muitos novos povoados, cada vez mais interioranos.

Bibliografia:

AQUINO,Rubim. Sociedade brasileira: uma História através dos movimentos sociais.Record,2000.

Estruturas Eclesiásticas da Idade Média



Objetivo:
Compreender quais foram as causas que impossibilitaram a teocracia ser implantada pela Igreja na idade média



[...]” Num primeiro momento,a organização da hierarquia eclesiástica visava à consolidação da recente vitória do cristianismo. A seguir, a aproximação com os poderes políticos garantiu à Igreja maiores possibilidades de atuação. Em uma terceira fase, o corpo eclesiástico separou-se completamente da sociedade laica e procurou dirigí-la, buscando desde fins do sec. XI erigir uma Teocracia que estava em via de se concretizar em princípios do sec. XIII.[...]”(P.67)

Assim como nos outros textos, Hilário Franco irá trabalhar o início, a ascensão e a queda de determinadas estruturas medievais. O autor começa seu texto ” estruturas Eclesiásticas”, mostrando como a igreja católica foi ganhando a forma que tem hoje. Ele chama a igreja de “herdeira do império Romano”, forma essa que a própria igreja se autodenominava .
A igreja foi a responsável por conciliar ou unir o mundo europeu fragmentado , deixado pelo caído império romano. Com status de propagadora da doutrina dos apóstolos, a igreja conseguiu ascender político, social e economicamente numa velocidade impressionante. Cada vez mais afastada da sociedade laica, a igreja ganhava prestígio e respeito de toda a sociedade medieval.

O autor nos mostra que ao englobar ou assimilar a cultura e crenças de povos não cristãos, a igreja cresceu com facilidade. Todavia, preparou para si mesma uma grande armadilha: o surgimento das Heresias. Estas acabaram por permitir a organização da estrutura eclesiástica, graças aos dezenove concílios ecumênicos realizados pela mesma.
A “santa” igreja ganhou tanto poder que sua imagem acabou confundindo-se com a própria Roma. Pois sua sede era em Roma, sua hierarquia era como a de Roma. Uma estava inseparável da outra.

A princípio a igreja estava sob a autoridade dos reis, que lhe doavam terras e legitimavam sua função espiritual. Entretanto, a igreja forjou um documento, em nome de Constantino, em que este declarava à igreja todo o legado romano. Desse modo, a igreja nada devia às autoridades temporais, pelo contrário, aquelas deveriam obedecer as ordens de Cristo, Rei dos reis, através da Santa Madre.
Muitos fatores contribuíram para a rápida ascensão da Hierarquia eclesiástica, como a relação Igreja/ Estado, o surgimento dos Mosteiros( Beneditinos, de Cluny, Franciscanos, etc), a reforma Gregoriana, que ortogava ao Bispo de Roma, o Papa, “todo” o poder na terra.

Em relação a Teocracia, vemos já no período da alta idade média, com Carlos Magno, uma espécie de Teocracia, pois o imperador Franco não só desempenhava sua função temporal, mas acreditava ser responsável pela direção espiritual de seu povo.(P. 72)
A igreja passou a buscar fontes para legitimar o poder espiritual sobre o temporal. Recorreu às escrituras sagradas e aos pais da igreja, como Santo Agostinho, a fim de tirar a igreja das mãos dos leigos, que possuíam em suas propriedades congregações particulares. Onde tinham poder não só sobre as esmolas e dízimos, mas sobre os frades que ali trabalhavam.

O objetivo da igreja era obter autonomia e passar a dirigir a sociedade. Para tanto, ela estipulou a Paz de Deus e a Trégua de Deus, métodos intervencionistas capazes de conter as guerras, pelo menos em determinados períodos da semana e do ano.
Em contra mão destes artifícios, a igreja institui As Cruzadas, para combater os hereges e exterminar os infiéis mulçumanos. Na verdade, as Cruzadas deram a igreja ainda mais poder:

“Enfim, no séc. XIII estavam reunidas todas as condições para o exercício do poder papal sobre a comunidade cristã”[...](p.77)

Após a reforma Gregoriana, o Papa foi ganhando cada vez mais poderes, e passou a ditar a vida medieval em todos os segmentos e escalas imagináveis. Ele era infalível e inquestionável. Eis aí o monarca eclesiástico.



Então, o que teria impedido a implantação da teocracia cristã medieval?



Primeiro: a igreja passa a ser questionada por sua postura, ao envolver-se nos assuntos seculares. Ela deveria cuidar das coisas sagradas e espirituais. Sua autonomia incomodou não só os nobres, mas aqueles cristãos devotos que viviam em mosteiros. Estes criticavam a ostentação e o luxo dos Bispos.( havia dois cleros, um secular, responsável por questões políticas e administrativas e um clero regular, responsável por obras sociais e espirituais)
Segundo: as grandes contradições e escândalos vividos pelos religiosos.( viviam entre Deus e o diabo). Isso fez com que a igreja perdesse muito do seu prestígio.
Terceiro: o surgimento das Heresias e sua repercussão popular fez com que a igreja tomasse medidas drásticas, matando os hereges. Porém essas medidas não foram capazes de sanar os problemas. As heresias punham em xeque a igreja e a autoridade papal, atribuindo ao diabo toda a criação visível, inclusive a igreja e o papa( heresia cartaginense).As heresias se disseminaram no seio das massas e era irreversível seu quadro.
Quarto: as divisões internas fragmentaram o poder papal. A transferência da sede do bispo de Roma para Avignon prendeu a igreja em um cativeiro, dando aos franceses grandes aberturas no poder.
O Cisma do Oriente e a existência de dois e até três papas no poder simultaneamente enfraqueceu ainda mais a Igreja. A crise estava instaurada e a Reforma protestante foi a cartada final para fazer cair por terra as pretensões teocráticas da santa Madre Igreja Católica.

BIBLIOGRAFIA

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A idade Média, nascimento do Ocidente.São Paulo-Brasiliense,2004.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A economia Colonial no Brasil



As questões a serem analisadas baseiam-se nos textos de Caio Acado Júnior e Rúbem Aquino.

Objetivo:

1-Entender a ocupação do centro sul a partir da atividade mineradora;
2-Analisar as formas de exploração do ouro e do dimante, bem como seus impostos;


A descoberta do ouro trouxe significativas mudanças para a colônia, por exemplo, mudnç do eixo econômico do nordeste para o sudeste, a intensificação do comércio entre diferentes regiões da colônia e a formação de núcleos urbanos, gerando consequentemente novos estilos de vida.

A extensa prática de exploração aurífera fez com que o governo português tomasse medidas administrativas, tais como a criação de intendência das minas, novas capitanias, transferisse a então capital, Salvador, paraa o Rio de Janeiro, a fim de aproximar o império das minas.

Com todas essas transformações fez-se necessário o desenvolvimento de um comércio local, o cultivo agrícola, para facilitar a permanência dos exploradores e mineradores naquelas regiões.

[...]" A necessidade de abastecer a população...estimulará as atividades econômicas, num raio geográfico largo que atingirá não somente as capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas também São Paulo"[...](p.64)

Na região mineradora havia vários tipos de minas, obviamente. Existiam os grandes mineradores que exploravam e extraiam em grande escala e através do trabalho compulsório dos africanos. Faziam isso através das lavras com equipamentos mais aperfeiçoados para conduzir ou desviar o curso dos rios. Nas pequenas minas trabalhavam os faiscadores, que extraiam pouco ouro com instrumentos bem rudimentares e geralmente sozinhos.

Escravos também faiscavam com intúito de pagarem sua alforria, coisa difícil, mas não impossível de ocorrer.

O diamante também era explorado na colônia, mas os olhares estavam principalmente voltados para o ouro. O governos português ,visando o controle das minas, estipulou tributos para o uso das mesmas. A princípio o Quinto( 20 % da produção anual), o Derrame( confisco dos bens dos habitantes das regiões mineradoras que não conseguiam cumprir a meta anual estipulada pela Metrópole). Tudo isso sob responsabilidade das intendências mineradoras.

" Em resumo, o sistema estabelecido era o seguinte: para dirigir a mineração, fiscalizá-la e cobrar o tributo"[...](p.57)

Também foram criadas as Casas de Fundição, responsáveis pela selagem real das barras de ouro que circulavam na colônia e para separação do Quinto. Quanto a exploração do diamante, as minas eram arrendadas, já que não é possível a selagem do mesmo.

Bibliografia:

ACADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1994.
AQUINO,Rubim. Sociedade brasileira: uma História através dos movimentos sociais.Record,2000.

sábado, 12 de novembro de 2011

História do Pensamento Político


Trabalharemos o texto de Marcos Antônio Lopes " A História do pensamento político dos grandes doutrinadores à história social das idéias " que nos mostra a evolução da disciplina no decorrer dos anos.

[...]" tinha por função servir como guia introdutório à contextualização dos grandes autores do passaso[...]''(p.113)

A disciplina já chegou a ser considerada a prima pobre da filosofia. Porém nem sempre o desinteresse pela mesma foi generalizado. Até mesmo no poríodo dos Annales podemos encontrar as idéias políticas sendo trabalhadas e desenvolvidas, principalmente na terceira geração da "escola" francesa.
O estudo desta cadeira foi mais amplamente estudado nas universidades a partir da década de 1930, entretanto, desde os anos vinte a história do pensamento político havia rompido fronteiras transcontinentais. Nos EUA sua contribuição foi a formação cívica do indivíduo.

[...]" Pode-se ressaltar que um dos principais propósitos de quase todos os professores ingleses era fornecer elementos que contribuíssem para a formação de uma consciência cívica" [...](p.116)

O estudo dessas disciplinas políticas era mais direcionado às elites sociais e baseava-se nas idéias dos grandes pensadores, o que realmente não retratava uma realidade pura, mas o pensamento de um grupo apenas. É exatamente por isso que os Annales "repudiavam" o estudo da política. A tradição marxista também não simpatizava com a disciplina e priorizava o estudo da história econômica.

" A história das mentalidades procura abordar os sentimentos difusos, das coletividades, e a história do pensamento político se interessava pelas expressões do pensamento formal, sistematizado de maneira coerente por cabeças bem pensantes, por mentes privilegiadas"[...](p.118)

O grande problema é acreditar que somente esses pensadores poderiam descrever ou serem abreviadores da realidade. Ora, como qualquer um outro, eles estavam inseridos num meio social e cultural, eram filhos de seu tempo, logo não estavam isentos da subjetividade. E o que as massas pensavam? O pensamento de uma elite pode ser considerado válido como forma de pensar de todo um grupo? -Não!

Portanto, nós historiadores, devemos estudar não somente suas obras, mas seu tempo e sistemas nos quais se integravam.

Concluímos, assim, que a evolução desta disciplina, permite-nos perceber a própria evolução do que é fazer história. O conhecimento nunca está pronto.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de Virtú


O Texto que iremos trabalhar é de Maria Teresa Sadek "Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de Virtú " da obra Os clássicos da Política 1.
Abordaremos a visão Maquiavélica sobre a verdade efetiva das coisas ,a natureza humana, história e relacionaremos Virtú e Fortuna.

Diferentemente de Aristóteles, Platão e São Tomás de Aquino, Maquiavel procura fugir do idealismo das coisas, principalmente referindo-se a política. Maquiavel procurava ver as coisas como de fato elas eram e não como deviam ser.

O autor florentino era enfático ao dizer que a ordem e os fatos são sempre construções humanas e não divinas( Deus não poderia ser a resposta para todas as perguntas dos homens, pois o próprio homem era essas respostas).

A história para Maquiavel era sempre repetitiva . Ela mostrava que a degeneração humana jamais mudara e jamais mudaria. A história também possuia para o autor de "O Príncipe" um fator pedagógico, pois conhecendo os fatos históricos seríamos capazes de transformar ou intervir no futuro.Para tanto faz-se necessário que os homens livrem-se da superstição e vivam da política, conquistando honras e glórias através de suas habilidades.

Maquiavel buscava sabedoria e inspiração nos autores clássicos e foi através destes que chegou a suas conclusões sobre o gênero humano. Para o autor florentino o homem degenerado precisa de um líder de virtude e força, capaz de ordenar e alinhar o Estado. Este líder deve ser um principado que educará a sociedade(formada por homens corrompidos, bajuladores,egoístas, interesseiros e promotores do caos) até que esta esteja pronta para viver em República.

Maquiavel apropriou-se das crenças greco-romanas para demonstrar suas idéias políticas. É o caso da deusa Fortuna, que como toda mulher, adorava ser conquistada por homens virís e valentes. Sua cornocópia, repleta de tesouros, atraía os humanos, que sempre buscam por poder. Para conquistá-la um homem precisaria ter Virtú.

Do mesmo modo o Príncipe necessita de virtú não só para conquistar o poder mas para preservá-lo. Não devemos confundir Virtú grega com virtude cristã(piedade,bons costumes e bons valores), pois para Maquiavél até determinados vícios podiam ser virtudes e o príncipe não podia ignorá-los.

É de Maquiavel a frase que diz que o ideal para um bom governador é ser amado e temido, se caso não consiguir ser amado, que seja temido.Só assim o regente traria ordem para o Estado, acreditava Maquiavel.

WEFORT, Francisco C. Os clássicos da Política vol. 1.São Paulo. Editora Atica.p 13-50.

domingo, 6 de novembro de 2011

Sebastianismo: Sonhos de um Homem, Projetos de um Herói.


Antes de falarmos sobre Sebastianismo devemos saber quem foi Sebastião e em qual contexto histórico localiva-se.
Dom Sebastião foi um rei português que morreu em uma guerra santa. A Europa estava vivendo um período caótico : guerras, pestes, fome e crises econômicas. Com a "suposta" morte do rei, a Espanha assume o trono português. Filipe II, parente mais próximo do falecido rei, torna-se monarca da recém formada união ibérica.

A ascenção de Filipe ao trono português gera grande insastifação nos lusitanos, que acreditavam que Dom Sebastião não havia morrido, apenas estava desaparecido e em breve retornaria a sua terra para restaurar o reino aos portugueses, trazendo paz, justiça a seus conterrâneos.

O Sebastianismo, é portanto, um movimento popular, baseado nas crenças judáico-cristãs, que têm como principal personagem a pessoa de Dom Sebastião( morto ou desaparecido ?)numa guerra. Surge em Portugal e chega ao Brasil através de navegações expedicionárias. Entretanto, o movimento toma um novo significado por aqui, devido a grande diversidade étnica, o que promoveu grande sincrestismo cultural e religioso.

Nem mesmo o catolicismo com sua inquisição pôde frear o movimento
( movimentos ?)no Brasil. No estado do Maranhão os resquícios ideológicos do movimento messiânico ainda são bem acentuados, ainda que ressignificados. O baixo espiritismo apropriou-se de diversas figuras da monarquia em seus cultos e Dom Sebastião é a principal delas. Do mesmo modo a Guerra dos canudos sofreu grande influência deste movimento.

De um rei desaparecido num deserto para uma ilha paradisíaca num país tropical. De um reino temporal para um reino imaginário e fantasioso no fundo do mar maranhense. Do catolicismo romano, ainda que este não aprovasse o movimento no decorrer dos tempos, para o baixo espiritismo. Todos estes fatores evidenciam a nova roupagem que o movimento ganhou nas terras brasílicas que perdura até os dias de hoje.

Bibliografia:

ANDRADE, José Carlos. Sonhos de um homem, progetos de um herói: cartografia sebastianistas em Portugal e no Brasil. Buriti, Iranilson(org). cidades e regiões. múltiplas histórias. João Pessoa. idéias, 2005.p 211-255.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Escola dos Annales: Uma nova Maneira de Ver a História


Esta foi a primeira publicação a narrar a história do movimento surgido na França. O subtítulo da obra( a revolução francesa da historiografia) é um indicativo da importância deste movimento. O livro foi traduzido para o português e publicado no Brasil em 1997.

"A história é Filha de seu Tempo"- Lucien Fevbre.

Para entendermos o movimento de renovação do fazer historiográfico, precisamos nos situarmos no contexto vivido pelos fundadores da Revista.
Havia a necessidade de uma História nova, mais totalizante. O antigo regime da produção histórica estava sendo criticado por grandes nomes do pensamento e de vários setores da ciência. O próprio conceito de ciência já vinha sendo discutido, guerras estavam acontecendo e por acontecer. Enfim, diversos fatores levaram a uma reflexão sobre o papel da História e suas fronteiras.

O objetivo principal da revista dos Annales era o enriquecimento do fazer historiográfico
. Surge em 1929 na França e foi dividida em três fases:

Primeira: de 1920-45, Gurrilha contra a história tradicional. Com Fevbre e Bloch.

Segunda: de 1945-68, pós segunda guerra mundial, elaboração de novos conceitos e métodos. Com Braudel.

Terceira: de 1968-89, fase mais fragmentada ou pluralizada. Com Le Goff entre outros.

Proposta: Interdisciplinaridade das ciências Humanas.

" Historiadores sejam geógrafos, jurístas, sejam também sociólogos e psicólogos"(Lucien Fevbre)

Proposta do livro de Peter Burke: descrever ,analisar e avaliar os Annales, desmestificando o esteriótipo de uniformidade entre seus membros. Busca também compreender o mundo francês daqueles dias, como a prática do historiador para os cientistas sociais.

A história fixou-se por muito tempo a estudar a Política( guerras, monarquias, etc),como preocupou-se em registrar os feitos dos grandes heróis nacionais. A partir do século XVIII críticas começaram a surgir a essa metodologia. Voltaire não popou suas palavras para tal.

Do mesmo modo no século XIX. Herbert Spencer, Durkheim expressaram seu descontamento para com a proposta dos historiadores. Além do que o paradígma marxista acentuou ainda mais essa discussão.

Os historiadores foram acusados de cultuarem a Política, os indivíduos e o tempo. Então percebemos que tudo estava caminhando ou obrigando uma renovação da maneira de se ver a história e de como produzí-la.

Será que podemos afirmar que os Annales foram um Paradigma? E se foi ,Em que sentido? José Carlos reis em seu livro A história entre a filosofia e a ciência aborda essas questões.

É melhor que chamemos esse movimento de O Programa dos Annales, pois se houve paradigma nos annales não foi apenas um, mas vários. Cada fase possui uma característica bem peculiar. A primeira e a segunda fase dão continuidades aos pensamentos de seus membros. Porém é na Fase de Braudel que de fato o movimento toma cara de escola. A Terceira fase é a mais complexa de determinar, pois de certa forma houve uma banazilação com a proposta do movimento, que pretendia estudar o todo e que acabou estudando tudo.

Alguns dizem que a única coisa que os unia era o desejo da interdisciplinaridade. Como Burke mesmo diz: Depois dos Annales a história nunca mais será a mesma. É o que podemos afirmar. o MOVIMENTO TROUXE MUDANÇAS SUBSTANCIAIS.

Podemos enumerar o programa dos Annales da seguinte forma:

1- interdisciplinaridade;
2-Novos objetos de pesquisa;
3-História problema;
4-Novas concepções de tempo e fontes históricas.

Numa perspectiva Global vemos a receptividade às idéias do movimento ocorrendo de formas diversas.Houve simpatizantes na Bélgica e Grã- Betanha, Itália e Polônia. Na fase de Braudel houve uma grande influência nas produções historiográficas, graças a traduções de sua obra "O Mediterrâneo" para vários países da Europa.

A Alemanha só dará atenção ao movimento na década de 1970, até então estava muito ligada a Política. Assim como a Inglaterra, que se recusava a tomar emprestado as idéias do movimento.Os ingleses eram aversos as idéias de conjunturas e mentalidades coletivas. Isso não quer dizer que ingleses como Hobsbown, marxista inclusive, não saudássem algumas de suas idéias.

Historiadores da África não demonstraram entusiasmo nos novos métodos. Na América e na Ásia a situação foi ainda mais grave.

A priori,na França, o número de geógrafos que se interessavam pelas idéias dos Annales era maior do que o de Historiadores.

É importante salientar que paralelo ao movimento dos Annales outros movimentos também surgiram, que foram em grande parte insucessos. Então o que explicaria o sucesso deste movimento? Seria o investimento na pesquisa por parte dos governos ou as duas guerras que ocuparam os alemães, grandes historiadores também?

Concluímos que o Espírito dos Annales era a revolta contra os acontecimentos políticos nos moldes do antigo regime historiográfico. Objetivavam a construção de uma nova história, sem fronteiras, que problematizava, que fazia pensar.Que bebe das mais diversas fontes do conhecimento humano.

Recomendo que leiam o livro de Peter Burke e espero que esta postagem ajunde na compreensão do mesmo para aqueles que ainda não leram.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Moraliddes Brasílicas: Deleites sexuais e linguágem erótica na sociedade escravista


Baseado no texto de Ronaldo Vainfas da coleção HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL (VOLUME 1) - Cotidiano e vida privada na América portuguesa.

O autor mostra-nos o quanto o sexo era apreciado e reprimido na colônia portuguesa americana e recorre a fontes inquisitoriais, com denúncias de abusos e práticas sexuais condenadas pela igreja, como adultério, fornicação, sodomia, etc.

A partir destas denúncias conseguimos adentrar na privacidade sexual daqueles habitantes, sempre contrastando o publico e o privado.
Vimos o quanto as crenças religiosas ditavam o cotidiano da colônia e o quanto a igreja tentou legitimar a cristandade romana nos moldes europeus.

A sexualidade dentro das casas ocorria de forma quase explícita, devido a precariedade das construções( brechas e espaçamentos nas portas, quando havia portas). Os cômodos davam uns para os outros, o que permitia o acesso irrestrito dos moradores a todos os lugares da casa. Não havia um senso de privacidade da parte dos colonos.

Não são poucas as denúncias de flagras em matas, rios e outros lugares publicos. O autor ainda explica miscigenação e as relações de poder no sexo. Senhores que abusavam deliberadamente de seus escravos e índios, o que explica a diversidade étnica no Brasil e os muitos preconceitos ainda existentes a essas mesmas raças.

Havia na colônia um dualismo esacerbado: os colonos estavam entre o santo e o profano, entre a castidade e o sexo "livre". Existem relatos de casais que durante a cópula se utilizaram de crucifixos e outros amuletos religiosos. Isto representava um grande desrespeito com a igreja, diziam os inquisidores.

Ao lermos o texto temos uma leve impressão de que a colônia portuguesa era um lugar propício para as práticas sexuais. Gilberto Freyre diz que antes de civilizar-se, a colônia sifilizou-se primeiro. Desse modo, ele enfatizou a grande frequência da prática sexual na colônia.

Não havia lugar específico para copular. O sexo era feito nas redes, camas, engenhos, matas, casas, rios e até mesmo na igreja. Gregório de Matos ou boca do inferno denunciou a hipocresia existente dentro dos conventos daqueles dias em seus poemas.

Concluímos que a sociedade colonial vivia entre dois sentimentos: agradar a Deus através de uma vida bem religiosa e agradar a carne, negando os princípios morais de sua fé e estando, portanto, sob grande contradição.

O Cotidiano e a vivência religiosa na América Portuguesa


O texto a ser estudado pertence a Luis Mott e está na coleção HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL :Cotidiano e vida privada na América portuguesa.

Luiz Mott procura durante o texto fazer uma analogia ou equiparar duas realidades do período colonial no Brasil, no que se refere a religiosidade: a vivência pública e privada da fé.

Ao se referir a vida publica, fala-nos da frequência que os colonos iam as missas. E a religiosidade privada ocorria dentro das casas. A vida espiritual daqueles era bem intensa e pontuada por uma lista de obrigações diárias sugeridas pelos padres para que os colonos se sentissem mais honrados e dignos diante de Deus. Na lista estava longas horas de orações e meditação, coletivas ou não, e por diversas vezes ao dia.

A igreja era o principal lugar de socialização da época. A vida daquelas comunidades gravitava em torno do templo e dos princípios cristãos. Mott afirma que os colonos viviam em constante duelo contra Satã, contra as paixões da carne, etc. A presença do santo e do profano estava em todos os lugares, até mesmo dentro das igrejas.

Algo bem interessante era a relação dos colonos com as imagens de seus santos, que se atendessem os pedidos de seus fiéis seriam honrados , amados e devotados. Porém quando contrariavam as expectativas do clemente eram maltradados e muita vezes postos de cabeça para baixo ou surrados.

Outro fator bem marcante da vivência religiosa privada é a reclusão das mulheres que decidiam-se pelo celibato e em suas casas casavam-se com o esposo divino, dedicando-se somente a fé. Muitas flagelavam-se com cilício e guardavam-se em silêncio.

A igreja romana exigia exclusividade de seus fiéis e não admitia cultos heterodóxos. Qualquer outra demonstração de fé, além da missa, era considerada heresia. Porém sabemos que muitas vezes a instituição calou-se diante das contradições que vivenciou. Tanto o catolicismo quanto as crenças afro devotavam os ídolos.

O ato de confessar-se aos padres também fazia parte da vida publica religiosa e provocava muitos escândalos, visto a incopostura dos sacerdotes, que desviavam-se das normas e expunham os confessantes ao vexame. O confessário tornou-se uma forma de manipular a sociedade, pois os colonos viam-se obrigados a participarem dos ritos ou caso contrário suas almas arderiam no inferno e seus pecados seriam jogados ao vento.

Os mais abastados possuiam capelas em suas casas, o que diminuia suas idas a igreja. Tinham altares no lar o que fazia com que suas esposas permanecem resguardadas dos olhares alheios. Concluímos, portanto, que a vida religiosa não se restringia a Igreja, mas o "fervor" era mantido dentro dos lares privados.

domingo, 30 de outubro de 2011

A Formação dos Estados Ibéricos


Tomaremos por base os textos de Adeline Rucqoi( A reconquista como mito unificador),José Hermano Saraiva (ocupação civilização romana)

Devemos refletir sobre:

1-A ocupação Romana na Península Ibérica e suas contribuições para seu florescimento;

2-O significado Histórico da Reconquista para a Península.


Antes de mais nada se faz necessário entender a importância do estudo do passado para a compreensão do hoje. Somos herdeiros do ontem e bebemos de suas fontes, ainda que não reflitamos sobre isso.

No texto " A ocupação e civilização Romana" , Hermano Saraiva procura demonstrar exatamente isso: A herança cultural e sócio econômica deixada pelos romanos para a península e principalmente para Portugal.
O autor começa seu texto abordando a guerra entre Roma e os Cartagineses, revelando o grande poder destruidor de Roma sobre os mesmos.
Era muito proveitoso para Roma instalar-se naquelas terras e para tanto impôs sua política, sua cultura, seu modo de produzir e administrar para os nativos.

Roma foi como um trator de esteira, atropelando tudo e todos. Plantando suas sementes ideológicas e colhendo muitos lucros para o Império.
A dominação dos romanos modificou a língua falada, a agricultura, a construção civil, as crenças. A península foi aculturada e forjada nos moldes romanos, assim foi mais fácil preservar o poder.( Algumas regiões do norte, de mais difícil acesso, não foram tão influenciadas pelos romanos- a língua basca permaneceu nessas regiões).

Os romanos desenvolveram na península a produção do azeite, do trigo e do vinho. Hoje sabemos o quanto a Europa ou os europeus utilizam estes produtos. Concluímos, portanto, que Roma edificou uma nova Península Ibérica com sua chegada e fixação.

De fato, a península nunca mais foi a mesma depois da ocupação romana. Após cerca de 500 anos de dominação, a região seria novamente aculturada, desta vez nos moldes mulçumanos.

A verdade é que a península viveu sob constante clima de guerrilha. Não somente no sentido restrito da palavra, mas ideológicamente falando. Os mulçumanos chegaram impondo sua fé e exploraram os nativos.

Em nome de Deus e da fé cristã os reinos peninsulres se uniformizaram e declararam guerra aos "infiéis"( mulçumanos).Não podemos falar de unificação, já que conflitos internos eram constantes, devido as muitas insatisfações que a nobreza demonstrava para com os reis cristãos.

Um evento muito importante para a reconquista foi o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. O intuíto deste era a recuperação das terras dominadas ou tomadas pelos mulçumanos. Quais as motivações da reconquista? Uma missão divina ou um jogo de interesses políticos e religiosos?

Encontrar seu lugar, reivindicá-lo diante dos homens e de Deus, unificar um povo, ter uma identidade própria é algo constante na história medieval de Portugal e Espanha.

Entendemos que a Reconquista é um fato histórico que pode ter-se valido da fé para justificar " guerras santas", mas que contribuiu para o encontro da identidade de Portugal e Espanha, que por tanto tempo foram subjugados por nações estrangeiras.


Bibliografia:

SARAIVA, José Hermano. Ocupação e civilização romanos.História concisa de Portugal.Lisboa. Estampa,1986.

RUCQUOI, Adeline. A reconquista como mito unificador. História ibérica: apogeu e declínio. São Paulo. Contexto.p 215-229.